Transpirar é normal, além de regular a temperatura corporal, o suor funciona como um mecanismo de defesa do nosso organismo. Liberado por meio da transpiração, o suor é produzido pelas glândulas sudoríparas, localizadas na pele.
Temos em nosso corpo dois tipos de glândulas sudoriparas, as écrinas que estão presentes em todo o corpo, principalmente na palma das mãos, planta dos pés e testa; e as apócrinas, encontradas nas axilas e na região genital-anal.
Chamamos de hiperidrose a sudorese em excesso, uma alteração geralmente causada por hiperatividade do sistema nervoso simpático, problemas na tireoide ou desequilíbrios hormonais.
É errado imaginar que toda pessoa acometida pela hiperidrose terá por consequência um odor desagradável. Embora seja possível que esse suor em excesso esteja acompanhado de um mau cheiro, isso não é uma regra, ou seja, existem pessoas que transpiram muito, mas nem por isso produzem o famoso “cecê”.
Por outro lado, quando percebemos um cheiro desagradável, mesmo após uma higiene adequada, temos a Bromidrose, uma doença onde a sudorese vem acompanhada de um odor forte e persistente, podendo afetar a qualidade de vida do paciente, principalmente em seu aspecto social.
Existem tratamentos clínicos para a bromidrose, mas o que fazer quando estes tratamentos não surtem efeito? Para esses casos existe o tratamento cirúrgico da bromidrose, a melhor opção para quem está cansado de tentar de tudo, mas sem sucesso.
Se você também convive com essa condição de mau cheiro nas axilas e quer saber mais sobre opções de cirurgias para bromidrose, acompanhe neste artigo um apanhado geral de algumas das principais intervenções que podem diminuir muito ou até cessar esse problema tão recorrente.
A bromidrose é um problema que ocorre nas glândulas sudoríparas apócrinas. Essas glândulas, no entanto, NÃO são responsáveis pela termorregulação do corpo. Na verdade, a função delas é dar ao suor um aspecto mais espesso e amarelado.
Acontece que, em ambiente úmidos e quentes, essas secreções entram em contato com fungos e bactérias que geram a proliferação de outros micro-organismos, produzindo assim o mau odor.
A bromidrose é uma doença que, na maior parte das vezes, afeta adultos jovens, causando estresse e desconforto na vida diária dessas pessoas. E como as glândulas apócrinas ficam ativas somente a partir da puberdade, podemos notar que nas crianças, por exemplo, o suor não exala um mau cheiro tão forte, como acontece com os adultos.
Além do desequilíbrio da flora bacteriana da nossa pele, que pode resultar no mau cheiro, existem também outros fatores que podem contribuir para a bromidrose, como as doenças metabólicas, o consumo excessivo de álcool e de comidas condimentadas, além do tabagismo e do uso frequente de roupas apertadas ou tecidos sintéticos.
Embora não exista uma prevenção da bromidrose abertamente conhecida, o primeiro passo para evitá-la é cuidar bem da higiene corporal, utilizando, inclusive, um bom sabonete antisséptico na hora do banho.
No entanto, existem outras ações que previnem o surgimento dos odores desagradáveis, principalmente nas axilas e nos pés.
Essas dicas servem apenas como uma ação de prevenção, pois para as pessoas que já têm o diagnóstico de bromidrose, além dessas sugestões, é importantíssimo ter um bom acompanhamento médico até para que seja descartado a existência de qualquer outra desordem orgânica.
Para se ter uma ideia, no tratamento clínico, o especialista poderá prescrever antibióticos tópicos para o controle das bactérias, tratamentos que reduzem a quantidade do suor (quando a hiperidrose estiver associada ao problema) e, por fim, a necessidade de uma intervenção cirúrgica.
Existem alguns tipos de cirurgia de bromidrose, a mais efetiva, que apresenta os resultados mais expressivos e menores índices de recidivas é a técnica que associa uma lipoaspiração superficial com a ressecção da pele e glândula.
Inicialmente realizamos a delimitação da área de maior concentração das glândulas apócrinas, principais responsáveis pelo odor característico da bromidrose.
Começamos a cirurgia com a realização de uma lipoaspiração bem superficial, cujo objetivo é remover parte das glândulas apócrinas. Vale salientar que, sozinha, a lipoaspiração superficial não é capaz de amenizar o desconforto causado pela bromidrose.
Na sequência, realizamos a exérese da pele e tecido subcutâneo em toda a região anteriormente delimitada, eliminando dessa maneira a imensa maioria das glândulas sudoríparas apócrinas. Com isso conseguimos alcançar os melhores resultados no controle da Bromidrose.
A cirurgia costuma demorar cerca de duas horas e o paciente é liberado no mesmo dia. Todavia, o período de recuperação deve ser de 15 dias, sem qualquer tipo de esforço, principalmente se envolver a área das axilas. Depois desse período, o paciente pode retornar às suas atividades normalmente, mas tomando ainda alguns cuidados.
Esse é um procedimento cirúrgico que promove a remoção dos gânglios nervosos simpáticos, mais bem indicado para pacientes com diagnóstico de hiperidrose. Apesar de reduzir significativamente a transpiração, a simpatectomia não apresenta resultados expressivos no tratamento da Bromidrose.
É importante ter em mente que a decisão por realizar um procedimento cirúrgico para bromidrose vai depender de uma conversa franca entre o paciente e o cirurgião, pois existem algumas técnicas que resultam em cicatrizes pequenas e são menos invasivas, enquanto outras são mais agressivas, porém, com baixa taxa de complicações, podendo ter um índice de recidiva muito baixo.
Por fim, vale ressaltar que a cirurgia de bromidrose é uma opção viável para quem não foi bem-sucedido no tratamento clínico dessa doença e que, por consequência, teve prejuízos na qualidade de vida e com impactos psicológicos.